quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Debate - trabalhando com a argumentação e a oralidade

Sequência Didática: Debate
Série: 7º série
Escola: SESI - 364
Esta sequência foi desenvolvida, também, com os educandos de 7º ano  da E.M.E.F."Sargento Sebastião José Monteiro" (não acontecendo o avançar).

Expectativas de Aprendizagem
Argumentar e refutar a respeito de um ponto de vista oralmente ou por escrito.
• Identificar e analisar a aplicabilidade da tese e dos argumentos em textos orais e escritos, distinguindo causa/ consequência, fato/ opinião e/ ou definição/ exemplo.
• Estabelecer relações entre textos verbais entre si ou entre textos não-verbais, comparando informações explícitas e implícitas (tema, estrutura, autor, época, local, etc.).
• Expor conhecimentos por meio da oralidade, observando os contextos de produção e considerando os níveis de maior ou menor grau de formalidade.
Reconhecer, compreender e aplicar as regras-padrão de regência verbal e nominal, apropriadas às diversas possibilidades de produção oral e escrita.
Identificar, compreender e utilizar paráfrases e citações diretas e indiretas.
• Identificar e distinguir os recursos que organizam e estruturam diferentes gêneros de textos, tanto na oralidade quanto na escrita.
Opinar com clareza e coerência, oralmente e por escrito, sobre o texto em estudo, tendo por referências citações do próprio texto, outras leituras e experiências pessoais.
• Pesquisar, analisar e comparar informações, obras, autores e temas obtidos em diferentes fontes.
• Posicionar-se com autonomia, escutando com respeito e criticidade, em situações de interação verbal, preservando a coerência na fala.
• Produzir textos considerando o gênero textual em estudo, de acordo com sua função, organização textual e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor e os meios de circulação, utilizando também os recursos coesivos da oralidade e da escrita.

Retextualizar os próprios textos, com orientação do professor, adequando-os aos gêneros orais e/ ou escritos e ao contexto de produção (interlocutores, finalidade, lugar e momento em que se dá a interação), observando a coerência e a unidade textual.
• Socializar, oralmente e/ ou por escrito, as experiências de leitura de formas diversificadas.

Resumo das atividades

Mobilização

Adquirindo novos conhecimentos sobre o assunto
Socialização
Mobilizando os pais.
Posicionamento / oralidade - Assistimos ao debate: Células-tronco embrionárias da Tv Cultura, disponível em yotube
Após algumas observações sobre a necessidade de posicionar-se com justificativa e firmeza, a retomada.
Pesquisa o que é debate? Contexto de Produção- O que é necessário em um debate?
Ampliando os conhecimentos no LIE.

Assistimos ao Debate da MTV - Lobão em 5 vídeos. Disponível no yotube
Comparamos os elementos que compõem um debate, a adequação ao público alvo, vocabulário, composição...
Após,os alunos opinaram escrevendo um artigo de opinião sobre o tema religião discutido no debate. Aproveitando de argumentos de autoridade para desenvolvê-lo.
Problematizei com a leitura de um artigo de opinião: Pernas de Fora, Rui Castro
Leitura, discussão, conhecimento do caso Geisy. Elaboração de debate sobre o assunto com todos os elementos que compõem um debate.

Perna de fora : RUY CASTRO

Folha de S. Paulo - 11/11/2009
Nelson Rodrigues disse certa vez: "Só o rosto é obsceno. Do pescoço para baixo, podíamos andar nus". Nunca essa frase caiu tão bem quanto no caso da estudante Geisy Arruda, agredida por seus colegas da universidade paulista Uniban por usar um vestido curto, expulsa pelos diretores e, diante da grita universal contra a escola, readmitida por estes.
Para Nelson, a obscenidade não estaria no naco de perna da menina, mas no rosto de seus algozes. Ele se perguntaria se, ao passar a mão na cara, os diretores não sentiriam "a própria hediondez". E tão imoral quanto a expulsão é o "perdão".
A readmissão de Geisy não cancela a violência e as humilhações. Só se deu porque a Uniban -bombardeada pelo MEC, o MP, o Congresso, a Secretaria de Mulheres, a ABI, a OAB, a UNE, a imprensa e inúmeros pais e mães com filhos em idade universitária- viu futuras matrículas batendo asas aos milhares. Invejável prepotência a desses diretores, que não previram tal reação.
No plano internacional, a Uniban e o Brasil são motivo de chacota. Que país é este, famoso por suas mulheres quase nuas nas praias, nos cartões postais e nos comerciais de TV, que não admite um vestido pouco mais curto que o de Julie Andrews em "A Noviça Rebelde"?
Roga-se endereçar a questão aos 700 agressores de Geisy. Mesmo que ela possa voltar à escola para completar o ano, os brutos continuam por lá, com seu moralismo rançoso, sua coragem em multidão e, quem sabe, prontos para uma nova "reação coletiva de defesa do ambiente escolar".
Belo ambiente. A Uniban, quarta maior universidade do Brasil em matrículas, está em 159º lugar entre 175 avaliadas. Ou seja, é a 16ª pior do país. Isso diz mais sobre o lamentável estado da educação entre nós do que cinco centímetros de perna de fora.

Devolutiva da apresentação do debate com asutoavaliaaação e orientações do que é necessário retextualizar.


Leitura do artigo de opinião

ANTÔNIO GOIS A culpa é dos pobres
RIO DE JANEIRO - A recente onda de violência em São Paulo e a discussão sobre a pobreza brasileira em ano de eleição trouxeram à tona um fantasma que muitos consideravam já devidamente enterrado, mas que ressurgiu em cartas, artigos e editoriais de jornais. É o discurso de que é preciso diminuir o número de filhos dos pobres para combater a pobreza e a criminalidade. A tese é sedutora. Se há muita violência nas ruas, a culpa é dos pobres que têm muitos filhos. Se há muita pobreza, a culpa é igualmente dos pobres por terem nascido. É um belíssimo bode expiatório, mas não resiste aos fatos. Apesar de ainda haver significativas diferenças nas taxas de fecundidade entre ricos e pobres, uma análise do Censo do IBGE mostra que, de 1980 para 2000, o número médio de filhos por mulher caiu de 4,4 para 2,4. Essa queda foi, inclusive, mais acentuada entre as mulheres com renda familiar menor do que um salário mínimo. Elas tinham, em média, seis filhos e passaram a ter 3,2. Nesse mesmo período em que a fecundidade dos mais pobres caiu pela metade, as taxas de homicídio no país mais que dobraram, passando de 11,7 por 100 mil habitantes para 27 por 100 mil. A pobreza caiu levemente (de 40% da população em 1981 para 34% em 2001), mas a análise da série histórica ano a ano mostra que a redução tem a ver principalmente com fatores econômicos, como os planos Cruzado e Real. Dar informação e meios para que todos tenham condições de decidir quantos filhos querem ter é, sem dúvida, um dever do Estado. Só não vale culpar os pobres pela omissão do poder público. Eles estão fazendo a parte deles.
Retomada sobre o gênero artigo de opinião, busca de novos conhecimentos trazidos no artigo acima, pesquisa em IBGE- natalidade das mulheres de baixa renda, responsável pelos problemas do país...
Elaboração de debate sobre o assunto. Atentando para os aspectos negativos do debate anterior serem evitados.
Autoavaliação - roteiro discutido oralmente com as equipes.
Avaliação escrita do gênero artigo de opinião.
Pesquisa de mais dados sobre a deccisão do tribunal sobre o uso de células -tronco embrionárias, conforme debate motivador desta sequência.
Retomada e recuperação aplicada aos educandos com dificuldades nesta sequência.

Avançar do conhecimento: Os educandos gostaram tanto do trabalho com debate, que organizaram um debate com o tema: Relação Pais e Filhos, devido a uma enquete feita com a sequência do paradidático: E agora, mãe? Isabel Vieira, sendo um dos resultados a queixa pela falta de diálogo entre os pais e os filhos, principalmente quando o assunto é sexualidade.
Para tal, tivemos um moderador, psicóloga para analisar o debate e dar o parecer final, alunos representandos os filhos e alunos representando os pais. Após muita pesquisa sobre o assunto, os pais foram chamados para assistirem o debate, podendo participar também. 
O resultado foi muito positivo, deu para melhorar e muito a relação entre pais e filhos e elencar os laços familiares. 
Valeu a pena! Os pais aprovaram a iniciativa. e para uma aula de Língua Portuguesa, as expectativas de aprendizagem foram contempladas.

Base do trabalho : Movimento do Aprender - 8º ano da Rede SESI/SP

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