Artigo
A prática da robótica educacional somatizada aos conteúdos curriculares
A partir da montagem de diversos projetos motivadores vivenciados na robótica, os educandos desenvolvem a criatividade e raciocínio lógico, pois é levado a pensar na essência do problema, assimilando-o para, posteriormente, acomodá-lo em sua perspectiva de conhecimento. “Todo o processo de construção de um experimento robótico leva à equilibração abordada por Piaget”. Além de prover ao aluno a capacidade de trabalhar em grupo, unificado ao espírito de equipe, características fundamentais à evolução do educando no ambiente escolar. Tal prática leva o professor à percepção de talentos, nunca antes observados. Nesta, aluno torna se coautor de sua aprendizagem, já que o professor também deixa de ser o único e exclusivo provedor de informações para tornar-se junto ao ASI, o parceiro no processo de aprendizagem.
A robótica educacional também inseri os estudantes no universo da tecnologia contemporânea, possibilitando ao professor a abordagem prática de temas mais complexos e abstratos da grade curricular, tornando perceptíveis os conteúdos aprendidos na escola com a movimentação do mundo que nos abraça, resultando em um aprendizado eficiente, significativo, capaz de explorar aspectos de pesquisa, construção e automação.
Robótica Educacional e o Ensino da Língua Portuguesa
Pensando em tanta praticidade e conhecimento, a língua portuguesa não fica de fora, uma vez que todo esse processo contempla habilidades de leitura e interpretação. Estabelecendo implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto. Requerendo dos alunos duas competências básicas: a interpretação de textos que conjugam duas linguagens – a verbal e a não verbal – e o reconhecimento da finalidade do texto por meio da identificação dos diferentes gêneros textuais.
Para o desenvolvimento dessas competências, os textos escritos na Revista Lego Zoom, sejam científicos, instrucionais, ou não verbais, como imagens, são importantes, na medida em que propiciam ao leitor relacionar informações e se engajar em diferentes atividades de construção de significados. Permitindo avaliar se o educando reconheceu a utilização de elementos gráficos (não verbais), como apoio na construção do sentido e de interpretar textos que utilizam linguagem verbal e não verbal.
Outras em questão voltam o olhar do professor ao identificar a finalidade/ intencionalidade dos textos e projetos de construção, bem como a correlação existente entre todos os processos, a fim de que o aprendiz parta também para a reconstrução, releitura e retextualização de textos de diferentes gêneros. Permitindo se avaliar o reconhecimento, por parte do aluno, do gênero ao qual se refere o texto-base, bem como a sua intencionalidade ao longo do percurso entre leitura, interpretação, entendimento, prática concretizada que é proposta pela robótica, execução, funcionalidade, inferência, problematização, conclusão e tomada de decisão, quando se chega à construção de um novo gênero (oral ou escrito) para relatar e/ou registrar o conhecimento adquirido e a relação existencial entre os conteúdos desta multidisciplinariedade estabelecida.
Na análise da fala, cuja competência é a adequação da mesma em diversas situações
de interlocução, ampliando o intercâmbio cultural, a robótica propicia a abordagem dos gêneros orais: diálogo, debate, relatos. Notórios nos momentos de reflexão, levantamento e refutação de hipóteses e teses no decorrer do processo.
Em momentos posteriores, há a possibilidade de abordagem de novos gêneros orais, através de diversos procedimentos metodológicos, que o professor terá a capacidade de criar. Entre eles: a entrevista e o relato televisivo. Neste o aprendiz é entrevistado e apresenta seu projeto, ou é convidado a relatar o processo e descobertas conquistadas.
Outra possibilidade é a dramatização. O aprendiz dramatiza o conhecimento adquirido. Nesta estratégia, a criatividade vai a mil, além do gênero oral, é preciso repensar e criar um novo gênero escrito para atender tal proposta.
O mesmo acontece com o gênero seminário. Neste as tomadas de decisões para atender as fases deste gênero, levam os educandos a soma de diversas estratégias, bem com estudo detalhado do gênero, somatizado a busca de novas pesquisas que explicitem e comprovem o resultado de um longo trabalho. Permitindo a relação entre conteúdo, prática e conhecimento comprovado e sustentado.
Convém ainda lembrar que o educando passa a aprender com seus próprios erros e acertos, sempre que autoavalia a si, o grupo e ou ao gênero.
O erro torna-se construtivo para o aprendiz em questão.
Para finalizar é possível correlacionar os aspectos linguísticos da língua a uma atividade lúdica e desafiadora, que une aprendizado e prazer.
Por Marisa Aparecida de Souza Oliveira
As informações foram bem amarradas, o artigo está com a linguagem bem acessível para nossos colegas. Excelente artigo.
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