sábado, 5 de agosto de 2017
Cancioneiro do SESI 012
Cancioneiro do SESI - 012
Edição:
Larissa......
Assistência Editorial:
Andressa......
Revisão e Coordenação editorial:
Professora: Marisa Aparecida de Souza Oliveira
Capa:
Cibele....
1° ano do Ensino Médio- Turma Única
Cancioneiro do SESI– 012
1° edição
Centro Educacional SESI 012 .
Bragança Paulista- São Paulo – 2011.
Apresentação
Na Europa, na Idade Média, a fé católica exercia uma poderosa e constante influência. O homem medieval era, antes de tudo, um homem que entendia o mundo terreno como um apêndice do mundo divino e que temia castigos caso não vivesse em conformidade com os padrões religiosos. Daí que elegesse como modelo os exemplos de virtude e de lealdade, de obediência e de humidade e criticasse os comportamentos condenáveis.
Esse idealismo refletiu-se na literatura. Grosso modo, a vida na Europa estava relacionada à produção agrícola, às guerras ou os cotidianos dos palácios. Nas vilas camponesas e nas ruas das cidades, nas praças e nas cortes, artistas levavam poesia, música, dança e encenações teatrais, tanto às plateias populares como aos nobres cultos.
Faziam sucesso as narrativas de batalhas entre honrados e corajosos cavaleiros, quase sempre profundamente apaixonados por uma nobre e recatada dama. E também agradavam os poemas cantados, dominados “Cantigas de Amor e Amigo” que tratavam de amores puros, de lindas donzelas e das saudades dos amantes. Ou, então, aqueles poemas, “Cantigas satíricas”, que expressam crítica e zombaria por meio de um tom debochado e cortante que transparecia também nas peças teatrais medievais levadas aos palcos dos palácios e das feiras populares.
Vivenciando e mergulhados neste contexto, recriamos um pouco deste mundo medieval, concretizados em momentos de evasão da realidade, transportados a esta época remota, através do Projeto: “Revisitando a Idade Média”. Tal experiência permitiu-nos estar no papel destes trovadores e escrever inúmeras cantigas trovadorescas, novelas de cavalaria, que constituíram este Cancioneiro que apresentamos agora.
Caros leitores, boa leitura! Lembrando que vale a pena também mergulhar neste mundo deslumbrante que revive ainda hoje através da literatura.
Os trovadores
Cantigas
de
Amor
Mesmo navegando nos mares para encontrar,
Mesmo nas guerras que ganhei para ela conquistar,
Nunca encontrei alguém tão bela,
No mundo não há pessoa como ela.
Mesmo no céu flutuando,
Mesmo no pensamento voando,
Nunca vi mulher como aquela,
No mundo não há pessoa como ela.
Não se lembras da morada,
Onde nasceu nosso amor, óh minha amada,
Daquelas melodias,
Que marcaram nossas vidas.
Desde aquele dia,
Nunca mais a avistei,
Preciso de sua companhia,
Caso não a ache, do coração morrerei.
(Dom Zola)
A mulher que eu convivo e muito adoro
Mostrai-me que me amas
Isso que vos imploro, senão,
Não saberei conviver
Sem a tua presença.
Mostrai-me onde possa contigo falar
Prometo que farei de tudo para te encantar
Mostrando todo o meu verdadeiro amor,
Caso contrário, não saberei viver,
Preferindo muitas vezes a morte.
(Bruno Henrique Molinari)
Minha bela dama
O que fizestes para que,
Eu me apaixonasse dessa maneira
Por você?
E assim, como em um
Estalar de dedos,
Desaparecesse de minha vida
Por que fizestes isto?
Meu coração ficou submisso
A minha paixão.
Que por consequência
Não foi correspondida.
Agora estou a sua espera
Na esperança de que
Tenha um pouco de mim
Em sua memória.
Para podermos ficar juntos
Compartilhando nosso amor
Um com o outro.
(Erick Porto)
Há muito tempo que te espero
Já não sei mais o que fazer
Espero-te com muita ansiedade.
Aguardo muito a tua chegada, espero-te.
Já não sei como te esquecer
Espero-te com muita ansiedade.
Há muito tempo que tento te esquecer
Já não seu mais como te esquecer
Espero-te com muita ansiedade.
(Dom Dinis de Alcântara)
Enquanto você está aí
Bela distraída
Eu estou aqui
Pensando em te amar
Ó minha bela!
Ainda não nos conhecemos
E tudo tem seu tempo
Mas tenha certeza
Que eu irei te amar.
Ó minha bela!
Se tu tiveres receio,
Ou algo parecido
Jogue fora do seu coração
Pois não caberá nada mais aí,
Além de meu amor
Ó minha bela!
(Dom Silveira)
Por que você foi embora?
Só para fugir de suas responsabilidades?!
Ou só para ver como é sentir saudades...
Por que você foi embora?
Para viver seus sonhos?!
Ou para tentar viver os dos outros...
Por que você foi embora?
Para ver quem realmente te ama?!
Ou para encontrar quem você ama...
Por que você foi embora?
Por que você foi embora?
Por que você foi embora?
(Dom Sebatian Batistella)
Calado, sozinho,
Não sei onde estou.
Perdi suas pistas
Perdi seu amor.
Calado, sozinho,
Parado a te esperar.
Acreditando que o vento
Vá te encontrar.
Palavras, palavras
Jogadas ao chão.
Que piso e enterro,
No intuito de guardar.
As palavras de um homem,
Que um dia soube amar.
(Dom Breno Schiavo)
Oh, bela donzela,
Saiba que tu me deixaste cego de amor
E que roubastes o meu coração, apenas para ti,
Sei que nosso amor, nunca terá futuro.
E sei também que já amei várias mulheres,
Mas nenhuma tem seu brilho e seu encanto.
Apesar de tudo
Quero lhe dizer
Nesses simples versos que:
Mesmo que as estrelas percam seu brilho,
Os céus explodam
E as palavras não rimem mais,
Eu te amarei sempre.
Quero de amor
Viver no teu coração
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão.
Quero em teus lábios beber
Em teu seio morrer
Quero viver de esperança,
Quero tremer e sentir
E na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
(Dom Juan de Marco)
Por ti, morro de amor,
Mesmo sofrendo com essa imensa dor
Quero contigo estar na eternidade!
De ti tenho saudade,
Pois só tu me trazes felicidade
Quero contigo estar na eternidade!
Já não suporto tal solidão,
Que tanto faz arder meu coração
Quero contigo estar na eternidade!
Mesmo tu sendo tão indiferente
Estou crente, que de amor estou doente.
Quero contigo estar na eternidade!
E nada pode me curar de tal sofrimento
Causado pelo mais nobre sentimento
Quero contigo estar na eternidade!
Só tu me trazes tranquilidade
Com tua irresistível suavidade,
Quero contigo estar na eternidade!
Não ei de ter outra amada
Capaz de como tu, adentrar minha morada.
Dom Fagundes
Cantigas
de
Amigo
Oh, noite estrelada que meu sentimento vem tornar cristalino
Se tu soubesses o significado da vida, dizei-me sobre meu amigo, qual é seu destino?
Que de tão grandioso a sua espera tudo parece estar perdido
Oh vida que parece estar perdida, a cada ruído um ponto de esperança na imensidão
Se tu soubesses o significado desse amor desatino, dizei-me sobre meu amado, a alameda de seu coração?
Que de tão grandioso a sua espera tudo parece estar perdido.
Oh amor ardente que caminha na encruzilhada, que aguarda por uma voz lá no alto
Se tu soubesses o significado de saudade, dizei-me sobre por quem suspiro, por onde andas meu amigo?
Que de tão grandioso a sua espera tudo parece estar perdido.
Oh, felicidade adormecida, que submersas procuram de volta uma luz análoga ao nosso primeiro encontro.
Se tu soubesses o significado da alegria, dizei-me sobre quem me põe nesta conjuntura, por onde andas meu amigo?
Que de tão grandioso a sua espera tudo parece estar perdido.
Oh noite, que a espera resposta finaliza, estará ocupado esse coração, por outro amor, outra paixão?
Se tu soubesses o significado de tristeza, dizei-me sobre meu passado condenado, por onde andas meu amado?
Que de tão grandioso a sua espera tudo parece estar perdido.
Oh noite abrilhantada, que junto a mim suspira, sobrevive, luta contra um sentimento.
Se tu soubesses qual é o começo, o meio e o fim, de toda esta procura, dizei-me sobre meu amigo, por onde andas minha esperança?
Que de tão grandioso a sua espera tudo parece estar perdido.
(Dom Arthur Giampieter de Airiws)
Cá está eu a esperar doce amigo
Levando comigo rosas negras
Para onde jamais pensei em ir.
Cá está eu a esperar querido amado
Levando comigo seu coração partido
Para onde jamais pensei em ir.
Se não me vir meu amigo
Saberás que fui a uma viagem
Para onde jamais pensei em ir.
Se não me vir meu amado
Saberás que jamais voltarei da viagem
Para onde jamais pensei em ir.
Diga-me, meu amigo
Como foi saber que jamais voltaria desse lugar
Para onde jamais pensei em ir.
Diga-me meu amado
Como foi saber que jamais vou voltar desse lugar
Para onde jamais pensei em ir.
Oh! Meu amigo,
Sinto-me tão só nesse lugar
Para onde jamais pensei em ir.
Oh! Meu amado,
Sinto tanta sua falta nesse lugar
Para onde jamais pensei em ir.
Dói-me muito, meu amigo,
Saber que jamais verei a lua novamente deste lugar
Para onde jamais pensei em ir.
Dói-me muito meu amado
Saber que jamais te verei novamente deste lugar
Para onde jamais pensei em ir.
Adeus, meu doce amigo
E seja feliz sem mim, pois tenho que partir
Para onde jamais pensei em ir.
Adeus, meu doce amado
Pois tenho de embarcar nessa viagem sem volta
Para onde jamais pensei em ir.
(D. Harry Prince Somerhalder)
Bosques nublados frios e escuros
Neles se foi meu amigo.
Voltarás antes do sol se pôr?
Mares nublados frios e escuros
Partiu-se adentro o meu amigo.
Voltarás antes do sol se pôr?
Foi-se, então, querido amigo.
Por favor, eu te suplico:
Voltarás antes do sol se pôr?
Foi-se, então, querido amigo.
Oh, grandes árvores, oh, impetuosas ondas!
Digam-me: Voltarás antes do sol se pôr?
(Dom Taffuri)
Meu Amigo como tarda
Esta ausência de vós é desventura.
Pelos campos me retraio.
Desesperança meu coração
Vossa bravura de vós sabe
E onde pelejareis?
Flores do campo respondam-me
Saberdes novas de meu amigo?
Ai Deus, onde estás?
Se souber me direis?
Tendes novas de sua peleja?
Que de seus desatinos, seja.
Em honra de meu amigo
Mas, ai de mim, desventura.
Eu aqui, de tanto cuidado.
Desvairo-me, e ele
Há-me jurado... Há-me mentido?
Ai Deus, onde estás?
Dizei-me de meu amado
E novas me trareis...
Ai Deus, onde estás?
(Dom Raphael)
Onde foi meu amigo?
Amor distante é sem sentido
É loucura na solidão.
Onde foi meu amado?
Amor distante é sem razão,
É loucura na solidão.
Amor distante é sem sentido
É o frio, é falta de abrigo,
É loucura na solidão.
Amor distante é sem razão
É a dor, é a falta de abrigo,
É loucura na solidão.
E é frio, é falta de abrigo!
Onde está meu amigo?
É loucura na solidão.
E é dor, é falta de abrigo
Onde está meu amado?
É loucura na solidão.
E o frio é de grandeza sem razão
Onde foi meu amado?
Perdeu-se na loucura, na solidão.
(Dom Montecchio)
Estrelas no céu escuro da noite
Olhando para seus belos brilhos
Lembro-me de meu amigo.
Estrelas no céu a brilhar
Olhando para seu céu escuro
Lembro-me de meu amado.
Estrelas no céu escuro da noite
Olhando seus belos brilhos
Lembro-me de momentos com meu amigo.
Estrelas no céu a brilhar
Olhando para seu céu escuro
Lembro-me de momentos com meu amado.
(Dom Flauberty)
O mar te levou, mas ele te trará de volta
sinto saudades de meu amigo,
que está de mim.
Estou à espera de ti,
sinto saudades do meu amado,
que está longe de mim.
Sinto saudades de meu amigo,
dos momentos mais lindos,
que está longe de mim.
Sinto saudades do meu amado,
que o mar tenha levado,
que esta longe de mim.
Oh, suave brisa, responda-me.
Quando será o dia
Que encontrarei meu amigo?
Oh, suave brisa, conduza-me.
Quando for o dia
Que encontrarei meu amigo.
Diga-me sobre meu amado
Aquele por quem tanto suspiro
Que encontrarei meu amigo.
Diga-me sobre meu amado
Aquele por quem tanto espero
Que encontrarei meu amigo.
(Martim Cardoso)
Adoro-te, quero-te sempre perto de mim.
Espero que essa amizade nunca tenha um fim
Você é meu tudo, amigo.
Por onde andas esse amor perdido?
A onde estás escondida?
Tu és meu tudo, amigo.
A saudade daquela linda amizade
Dos momentos que você era minha felicidade
Tu és meu tudo, amigo.
(Dom Grimello)
Amigo Sonhador
Trago para ti esta flor
Com todo meu amor
Lindo e encantador
Não quero viver sozinho
Sem amor e sem carinho
É de você quem preciso
E para ser feliz eu sigo meu caminho.
(Terron de Portigra)
Cantigas Satíricas
de
Maldizer
e
Escárnio
Oh Rainha incomparável
Das milhares, és a pior.
Uma Dama aleivosa, a quem fostes dedicar,
Dissimulado diante do amor,
Despenha-se na perdição,
Enganando ao próprio Rei,
Afiançando a fidelidade de um amor que é em vão,
Dona Falsa, feia, que pensas ser a melhor.
Das milhares és a pior,
Dos seus erros, um pecado,
Da mentira, a condenação,
Diante dos olhos cegos do Dom, Tu és esplêndida de coração,
Dona feia, que Deus me perdoe,
Pois tendes tão grande desejo, que te leva à tentação,
Dona Falsa, feia, que pensas ser a melhor.
Uma Madame, não digo a qual
Que se acoplou ao mal,
Trás em si um espírito de pureza,
Onde a sutileza, talvez supere o mal.
Dona feia, que Deus me perdoe,
Tua atitude não tem perdão
Dona Falsa, feia, que pensas ser a melhor.
Teus ideais, diante de tua atitude não têm valor,
Tua perversidade é um horror.
Queimado coração do Dom, que morre dia a dia de amor,
Vivendo a dádiva do engano,
Que um dia será revelado,
Diante de provas concretas, que serão entregues ao Rei enganado,
Dona Falsa, feia, que pensas ser a melhor.
Oh Excelência, moça da cantiga,
Mulher da criação,
Dama da fala, do poder,
Que aos olhos cegos do Senhor Rei, não existe um NÃO.
Teus desejos uma ordem,
Teus segredos serão revelados,
Dona Falsa, feia, que pensas ser a melhor.
Oh senhorita, que se julgas a melhor,
Tua atitude foi surpreendente,
Teu julgamento serás magnífico,
Pois na vida ninguém é superior
Dama da Fala, do poder, tua superioridade esta ameaçada
Dona Falsa, feia, que pensas ser a melhor.
(Dom Arthur Giampieter de Airiws)
Sangue fresco e vermelho se derramou
Em seus braços o sente escorrer,
Em sua mente grita pelo meu amor,
Como se uma dama de negro e um nada fosse dar certo.
Jamais me aceitou antes,
Pois nada sou diante dela,
Pois doce sangue fresco e vermelho se derramou.
O mal que te rondas é apenas o começo,
Que drástica maneira perdeu tudo,
E sua perda me fez feliz.
Jamais te olharei novamente,
Nem mesmo quando estiver morta em um caixão.
Porque o que era amor, agora é repugnância,
Pois doce sangue fresco e vermelho se derramou.
Seu sangue vermelho e quente será derramado
E como eu queria ver isso!
Mas fiz uma promessa de jamais vê-la,
Você me suplica por atenção.
É ridículo vê-la se rastejar até a mim,
Só te faz mais patética e repugnante é tão bom te ver sofrer,
Pois doce sangue fresco e vermelho se derramou.
Jamais pensei ser assim
Mas você me fez assim.
Sou sua obra que se revolta
Oh! Dama de negro,
Chorar é para fracos.
Você me ensinou isso, mas agora chora por nada,
Pois doce sangue fresco e vermelho se derramou.
Sua vida será um inferno
E eu serei o seu demônio.
Você roga aos céus, mas é o diabo que a quer.
Quando morrer
Eu irei buscá-la na porta do inferno
Para que possa pagar por tudo,
Pois doce sangue fresco e vermelho se derramou.
Seus lamentos me fazem rir,
Suas lágrimas são como piadas,
Para mim você é uma meretriz,
Que vives para destruir vidas.
Quero sua morte como uma criança quer um doce.
Quando você morrer eu estarei a te esperar no inferno,
Pois doce sangue fresco e vermelho se derramou.
Meu ódio por ti aumenta a cada segundo,
Nunca deveria ter te confiado amor,
Pois agora já não sei o que significa,
Agora sou sua fonte de tortura.
E no inferno serei sua única companhia.
Minha querida dama de negro,
Pois doce sangue fresco e vermelho se derramou.
(D. Harry Prince Somerhalder)
Oh, poderoso rei!
Louvada seja tua justiça injusta
Sofrimento e tristeza acompanham tua grei!
Oh, poderoso rei!
Corrupção corre em tuas veias
Deixa o povo apenas em devaneios!
Tuas ordens são fracasso
Mero esforço para nada
Oh, poderoso rei!
Se tão soubesses o que é ser amado;
Ou o que é amar alguém
Não olharias para o povo com tanto desdém!
Aguardo seu fim: Eis que não tardará
E saiba que sua bela dama
Comigo é com quem ficará!
(Dom Tafuri)
Dona meretriz cara-de-bruxa
Quer levá-lo de mim?
Leve, coloque-o em tua cama.
Eu deixo, deixo sim!
Dona meretriz cara-de-rato
Quer levá-lo em teu encalço?
Tu bem sabes que é fato,
Que eu deixo, deixo sim!
Leve ele contigo, mas tenha todo cuidado.
Ele tanto não presta como disfarça bem
Todos sabem que ele é assim
Ele não vale o esforço que terás para consegui-lo
Por isso eu deixo, deixo sim!
(Dom Capuleto)
É o garoto mais horrível
A onde tu andas com tanta falsidade
E todos acham que tudo o que diz é verdade
Irão enxergar a realidade
E perceber que não há amizade com sinceridade
Ah, por favor, para com essa falsidade.
Tudo aconteceu tão rápido
Com simples toque do mal
É tua culpa garoto.
Que fez a separação de dois corações
Porque tinha inveja de eu ser especial
Ah, por favor, para com essa falsidade.
Tu não és importante
Agora que me resta é te dizer
Que dentro de você só existe falsidade
E você terá que compreender com a nossa realidade
Ah, por favor, para com essa falsidade.
(Dom Grimello)
Ai senhora feia,
Queixar-se de não te louvastes
Mas não me destes motivos
Para ganhar o meu louvor.
Bem como tanto queixar-se
Tenho algumas palavras
Para expressar
Mesmo que não gostastes
Mostrarei o que penso
Este é o meu louvor
Senhora feia, velha e gaiteira.
(Bruno Henrique Molinari)
Em cada palavra envenenada
Que bolçar o teu escárnio
Renascerei como tulipa negra
Que ilumina o ódio dos teus olhos.
Até me golpeado pelas costas
Tenho sete vidas e um dom
Sou filha legítima das palavras
E muito mais do que um tem.
Aprendi amolecer as pedras
A proferir cânticos sem som
E a iluminar mentes mais escuras.
Por isso em cada nova cilada
Terei uma espécie de anjo bom
A refazer a tua infame certeza!
(Dom Raphael)
Ó pobre pequeno homem
Tantas vezes tentou fazer algo
Tantas vezes falhou.
Tu que se esforça tanto
Para simplesmente nada.
Pena, que não percebe isso!
Mas o admiro por sua bravura
Nunca desiste de seus sonhos,
Apesar de distantes.
Sonha como ninguém
Desliga-se de tudo e de todos
Sonhos que não valem de nada.
(Erick Porto)
A pessoa de quem falo
Acha-se boa em tudo o que faz
Mas, então, houve um labor,
Que ganhei e ela ficou pra trás.
Não odeio esta pessoa,
Só não vou com sua cara.
Não gosto de odiar
E não faço isso à toa.
Uma pessoa convencida,
Acha-se boa em tudo o que faz
Mas, então, houve um labor
Que ganhei e ela ficou pra trás.
(Dom Bueno)
Senhor de nome desconhecido
Encontra-se junto às pessoas
desconhecidas de seu reino
em lugares escondidos.
Diz para seu marido
que vai visitar uma amiga,
mas ninguém sabe
a verdade para onde ela vai
em lugares escondidos.
Vossa Senhoria, com tanta delicadeza,
esconde tantos segredos,
através de seu rosto delicado,
pode-se perceber muitos defeitos
e um deles é se encontrar
em lugares escondidos.
(Onofre Giácomo de lavecchia)
Príncipe de outro reino,
Que se apaixonaste por minha donzela,
Esqueça-a,
Nunca poderá conhecê-la.
Seu reino é gigante,
Tal como sua arrogância,
Se tentar conquistá-la
Não terei mais tolerância.
Mas, se ao menos tentar,
Com uma verdade irá se deparar,
Ela é uma princesa,
Prefere inteligência à beleza.
Não que sejas bonito,
Mas seu dinheiro pode torná-la atraente,
Tu não possuis qualquer sentimento,
Na verdade, nem parece que é gente.
(Dom Zola)
Certo homem indicado por nós
Tem a missão de cuidar
De nossa cidade e a população
Com toda a certeza e convicção.
Diz que ele deixa a desejar,
O povo vive na escuridão
E a criatura não dá conta não.
As obras levam muito tempo,
A demora de entrega é tão grande
Que até se estraga o alimento.
Não adianta tapar o sol com a peneira
Cuidar da cidade e da população
Não é qualquer besteira.
Se for pra continuar, cuide melhor.
Se não aguentar, tire umas férias.
Passe para outro que melhor possa cuidar.
(Dom Cardoso)
Ai dona falsa,
Você traiu minha confiança.
Agora não há nada que faça para conquistá-la de novo.
Confiei em ti
E tu só sobes me criticar, arruinar, acabar.
Não gosto nem de pensar o porquê disso ter que continuar...
Agora é cada uma pro seu lado e não vamos nos queixar.
Dona falsa, tudo isso vai ter que acabar.
A culpa é sua e você vai ter que consertar.
Ai dona falsa, termine logo e vai se queimar.
E só não espere meu perdão porque isso não vai acontecer.
Então, corra logo para tentar se reverter.
(Dom Pendeck)
Tu pensas que é dona de tudo
Fala como se fosse uma rainha
Mas eu sinto pena do seu mundo
Dou risadas de vós, coitadinha!
Belinha, tu não tens talento.
Acha que canta bem,
Mas é um tormento.
Quando passo por ti.
Não sinto nada,
Ao contrário de ti
Que és mal amada.
Tu, não és o centro do universo.
Nem és melhor que ninguém.
Está mais perto de ser uma cortesã,
Do que ter uma boa conduta.
(Dom Silveira)
Por que você tem tanta inveja?
Muitos te acham bonita,
Outros, simplesmente, ridícula,
Mas são minorias...
Por que você tem tanta inveja?
Você tenta se mostrar muito inteligente...
E muitos acreditam rapidamente,
Mas na verdade, você é apenas uma demente.
Por que você tem tanta inveja?
Você tenta mostrar que tem muita criatividade...
Mas ninguém percebe que toda essa criatividade
Vem de um coração cheio de maldade...
Nunca vi uma pessoa assim!
Com um coração impiedoso,
Só porque eu não sou invejoso,
Você me vê como um inimigo perigoso.
(Dom Tomas Ezequiel Sucare)
Vocês não se importam com a situação
O que vale pra vocês é a curtição
Nem se importam com as consequências
Depois que algo acontece
Põem a mão na consciência
Pais que não dão limites
Famílias que não dão apoio
Filhos crescem sem limites
E querem ser independentes.
(Dom Alves)
Nesse mundo sem rumo
Que afunda sem parar.
Vemos a tristeza
Caminhando em cada olhar.
Todos sabem os motivos.
Porém, mãos corruptas pelo poder,
Seguram-nos, usam-nos para brincar,
Como uma marionete que fala,
Mas não sabe pensar.
Sem reações diante do monstro
O que resta é lutar,
Pela liberdade do povo
Que hoje sabe onde deve estar.
(Dom Breno Schiavo)
Como consegues?
É o dono do cinismo.
Não vale o prato que come
Penso que és infeliz consigo mesmo
Como consegues?
Um dia tudo voltará pra ti
Cínico consigo mesmo, como consegues?
Infeliz é sua vida
Tenho certeza disso.
(Dom Juan de Marco)
Uma viúva, desta mesma cidade,
Disse a seu falecido amado:
- Me espere na eternidade.
Mas ela não foi capaz de renunciar ao pecado
Pois em suas promessas não há honestidade.
Esta viúva, disse também:
- Não vou conseguir suportar tanta dor!
Hoje ela está com outro alguém
Sem demonstrar nenhum pudor
Pois em suas promessas não há honestidade.
A viúva jurou:
- Irei amá-lo até morrer
Mas ela nem esperou o anoitecer
Para com outro se satisfazer
Pois em suas promessas não há honestidade.
Pela manhã, a viúva, diante de tantas acusações.
Com raiva, então se defendeu,
Dizendo que adultério ela não cometeu
E que discriminação ela sofreu
Mas, em suas palavras na há honestidade.
Dom Fagundes
Novela
de
Cavalaria
Matheus, o valente cavaleiro
Matheus vivia em Provença, no sul da França. Ele pertencia à cavalaria real e foi um valente cavaleiro que guerreou durante a Primeira Cruzada. O início de tudo isso foi assim:
Matheus fazia a guarda real quando o rei de Provença foi informado pelo papa Urbano II que eles iriam rumo ao Oriente para reconquistar Jerusalém.
Grande religioso que era, sucedeu ao comando papal, e a pedido de seu rei comandou a 2ª tropa de Provença. Seu exército continha centenas, talvez milhares de bravos soldados motivados a morrer para reconquistar o direito de seu povo sobre a Terra Santa.
E assim os cristãos decidiram declarar guerra aos muçulmanos, estes que proibiram a peregrinação de europeus a Jerusalém.
Então, a tropa caminhou rumo ao oriente, e comandados pelo Santo Papa, uniram-se a todas as tropas de todas as nações europeias, por um único objetivo. Eles caminharam por dias a fio, passaram fome, sede e frio, mas não desistiam jamais, e ao chegarem a Constantinopla receberam a grande notícia de que o Imperador Alexus I iria lutar junto aos cristãos contra os muçulmanos.
Alexus estava muito preocupado com a segurança de seu povo, pois os muçulmanos avançavam rapidamente e logo já invadiriam seu território, dizimando seu povo, e então, por esse motivo ele pôs todos os seus melhores guerreiros a dispor dos cruzados para que estes conseguissem conter os muçulmanos.
Dentre tais guerreiros, um em especial, chamou muito a atenção de Matheus, seu nome era Tainan, ele se mostrou um ousado guerreiro que possuía um grande amor ao seu povo e muita sabedoria em suas palavras. Durante sua longa jornada, eles se tornaram grandes amigos.
Então, as tropas chegaram a Antioquia que era a terceira maior cidade romana, e palco do primeiro Sermão de Cristo, esta cidade havia sido dominada pelas tropas muçulmanas e os europeus passaram dez tortuosos meses para que conseguissem romper a grande muralha da cidade. E ao lutarem juntos, Matheus e Tainan, mostraram grande sintonia e entrosamento, jamais antes visto, eles pareciam lutar juntos há muito tempo.
Após dizimarem os muçulmanos sem demonstrar qualquer sinal de compaixão, os cristãos voltaram a caminhar rumo a Jerusalém. Ao chegarem às pequenas cidades da Síria os cristãos passaram sem qualquer dificuldade, e nessa Matheus e Tainan foram se conhecendo cada vez mais.
Tainan se mostrou uma pessoa, que apesar de ousada e engenhosa, era simples e generosa. Perdeu seu pai ainda criança e sua mãe estava muito doente, à beira da morte. Ele zela muito pela vida de seu pai, e honrara a sua espada até seu último suspiro de vida, pois seu pai havia lhe ensinado tudo o que sabia sobre a vida.
E, então, as tropas continuaram caminhando rumo a seu destino com um exército já bastante enfraquecido pela fome e a sede que os rondavam diariamente em sua jornada, com isso eles chegaram à grandiosa Fortaleza de Krak.
Essa fortaleza era até, então, tida como inexpugnável, pois tinha à sua beira um enorme precipício e jamais um cavalheiro havia atravessado tal muralha capaz de causar calafrios ao mais valente dos cavaleiros.
Mesmo com grandes dificuldades os cruzados conseguiram atravessar tal fortaleza, porém, infelizmente, muitos ficaram pelo caminho, tais, que não conseguiram resistir a uma das batalhas mais sangrentas já vistas. E milhares de soldados se feriram, dentre eles, Matheus que sofreu um grave ferimento na perna, e devido a tais dificuldades, os cristãos decidiram acampar nas proximidades da fortaleza.
Após, uma grande maioria se recuperar, continuaram sua jornada. E assim após mais uma jornada, finalmente chegaram ao destino final.
Já era possível avistar Jerusalém no horizonte, isso fez com que ficassem inquietos, pois, passaram por muitas dificuldades para chegar até ali, perderam 10.000 de seus 20.000 soldados, mas mesmo assim não desanimaram.
Eles, então, ultrapassaram as enormes muralhas que a protegiam e invadiram a magnífica Jerusalém, as batalhas foram marcadas pela superação dos cristãos que mesmo perdendo metade de sua tropa original lutaram até que tirassem as suas vidas sem nenhum sinal de tristeza, ou arrependimento. Enquanto lutava incansavelmente Matheus pode ver ao fundo Tainan passando por dificuldades, e então decidiu ajudar, e ao chegar mais próximo, Matheus percebeu que Tainan tinha um grande corte na altura do braço e já estava bastante enfraquecido. Ele então caiu com lágrimas no rosto Tainan não conseguia mais lutar, Matheus defendeu-o, matando àqueles que feriram seu amigo. E com ele em seus braços, Matheus testemunhou os últimos minutos de sua vida, e com suas últimas forças, Tainan revelou um grande segredo: Era uma mulher, que se vestia de homem, pois havia prometido ao seu pai que vingaria sua vida para todo sempre. Matheus ficou surpreso com a revelação de Tainan, e ao abrir a boca para falar foi interrompido por um suave, porém, firme, eu te amo. E assim Tainan desfaleceu-se.
DOM MATUEUS FAGUNDES
Trovadores agraciados que constituiram este cancioneiro em ordem alfabética
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